O superfungo que fechou um hospital em Pernambuco é uma ameaça global que requer atenção e prevenção. Neste post, vamos explicar o que é o Candida auris, como ele se espalha, quais são os riscos e como se proteger dessa infecção.
O que é o Candida auris?
A Candida auris é um fungo que foi descoberto no Japão em 2009 e desde então tem se espalhado globalmente. Sua origem exata ainda não é totalmente conhecida, mas acredita-se que fatores como mudanças climáticas e o aquecimento global possam ter contribuído para o surgimento e disseminação desse microrganismo.
A transmissão da Candida auris ocorre principalmente em ambientes de saúde, como hospitais e clínicas. O fungo pode se espalhar através do contato direto com pessoas infectadas ou objetos contaminados. Pacientes com sistemas imunológicos enfraquecidos, como idosos e pessoas imunossuprimidas, estão mais suscetíveis a contrair a infecção.
O surto inicial da Candida auris foi identificado em um hospital de Nova York, nos Estados Unidos, em 2016. Desde então, casos da doença têm sido relatados em diversos países ao redor do mundo, incluindo o Brasil. As autoridades de saúde têm emitido alertas devido à resistência desse fungo aos medicamentos antifúngicos comuns, o que torna o tratamento mais desafiador e pode levar a uma alta letalidade. Estima-se que entre 30% e 60% dos contaminados venham a óbito em decorrência da doença.
Diante da identificação de casos da Candida auris em hospitais de Pernambuco, as autoridades de saúde locais estão tomando medidas para conter a disseminação do fungo, incluindo a suspensão de novos atendimentos em alguns hospitais. É importante seguir as orientações das autoridades de saúde e adotar medidas de higiene adequadas para reduzir o risco de infecção.
Como ocorre a transmissão?
O Candida auris pode ser transmitido de pessoa para pessoa, por meio do contato direto ou indireto com a pele ou as mucosas infectadas. Ele também pode ser transmitido pelo contato com objetos ou superfícies contaminadas, como roupas de cama, cateteres, sondas, termômetros e estetoscópios.
O fungo costuma afetar pessoas que já estão debilitadas por outras doenças ou condições, como diabetes, insuficiência renal, uso de antibióticos, corticosteroides ou quimioterapia. Os pacientes mais vulneráveis são os que estão internados em unidades de terapia intensiva (UTI), onde há maior exposição a procedimentos invasivos e maior circulação de microrganismos.
Como começou o surto em Pernambuco?
O primeiro caso de infecção pelo Candida auris no Brasil foi confirmado em dezembro de 2020, em um paciente de 59 anos que estava internado em uma UTI de Salvador. Em janeiro de 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta de ameaça à saúde pública por causa do terceiro surto no país, envolvendo dois pacientes de 67 e 70 anos que estavam internados em um hospital público do Recife.
Em maio de 2022, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) identificou mais dois casos de contaminação pelo superfungo em pacientes internados no estado. Um deles estava no Hospital Miguel Arraes, em Paulista-PE, e o outro no Hospital Tricentenário, em Olinda. Ambos eram homens com idades de 48 e 77 anos. Na noite do dia 23 de maio, a SES-PE confirmou o sexto caso da doença no estado em um hospital particular da capital. O paciente seria um homem de 66 anos.
A pasta suspendeu novos atendimentos no Hospital Miguel Arraes para evitar a disseminação do fungo e recomendou medidas de prevenção e controle nas demais unidades de saúde. A Anvisa também orientou os serviços de saúde a notificarem os casos suspeitos ou confirmados da infecção e a adotarem precauções rigorosas de higiene e desinfecção.
Como se proteger do superfungo?
A melhor forma de se proteger do Candida auris é evitar a exposição ao fungo e fortalecer o sistema imunológico. Algumas dicas são:
- Lavar as mãos com água e sabão ou álcool gel antes e depois de visitar um paciente hospitalizado ou ter contato com alguém que tenha infecção fúngica;
- Usar luvas, máscara e avental descartáveis ao entrar em contato com pacientes infectados ou com objetos ou superfícies contaminadas;
- Não compartilhar objetos pessoais como toalhas, roupas, escovas de dentes ou lâminas de barbear;
- Seguir as orientações médicas sobre o uso correto dos medicamentos prescritos;
- Manter uma alimentação saudável e equilibrada, rica em frutas, verduras e legumes;
- Beber bastante água e evitar o consumo excessivo de álcool ou açúcar;
- Praticar atividades físicas regularmente e evitar o sedentarismo;
- Dormir bem e controlar o estresse.
A secretaria informou ainda que:
🔍 Continua o monitoramento do Candida auris no estado, implementando, de forma articulada, as ações para controlar e evitar a propagação do fungo;
🔍 Seguem em andamento as investigações para saber se os casos tiveram origem nas unidades hospitalares ou se as pessoas foram infectadas em outro ambiente.
informações Anvisa
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