O Japão está prestes a iniciar um plano controverso para despejar no oceano Pacífico mais de um milhão de toneladas de água contaminada pela usina nuclear de Fukushima, que sofreu um acidente em 2011 após um terremoto e um tsunami. A água foi usada para resfriar os reatores danificados e passou por um processo de filtragem que removeu a maioria dos elementos radioativos, exceto o trítio, que não pode ser eliminado pelas tecnologias atuais. O governo japonês afirma que a água será diluída e tratada para que os níveis de radiação fiquem abaixo do limite aceitável para a liberação e que o despejo não causará danos ao meio ambiente nem à saúde humana. O plano tem o apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que diz que o despejo é semelhante ao que já é feito em outras usinas nucleares em funcionamento no mundo.
![](https://static.wixstatic.com/media/374346_e874aeb335f24fcda87aa02e1ce07744~mv2.webp/v1/fill/w_980,h_551,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/374346_e874aeb335f24fcda87aa02e1ce07744~mv2.webp)
No entanto, o plano enfrenta forte oposição de moradores, pescadores, ambientalistas e países vizinhos, como a China e a Coreia do Sul. Eles temem que a água radioativa afete a vida marinha, a segurança alimentar, a reputação dos produtos locais e o turismo na região. Além disso, eles acusam o Japão de não consultar adequadamente as partes interessadas nem buscar alternativas mais seguras para lidar com a água contaminada. O Greenpeace, por exemplo, sugere que a água seja armazenada em tanques até que novas tecnologias possam removê-la completamente do trítio.
A operadora da usina, Tokyo Electric Power Co (Tepco), planeja começar o despejo em 2023, depois de construir um duto submarino para levar a água a cerca de um quilômetro da costa. O despejo deve levar décadas para ser concluído. A Tepco ainda precisa obter as aprovações das autoridades locais e convencer as comunidades afetadas pelo plano. A usina de Fukushima foi palco do pior acidente nuclear desde Chernobyl em 1986 e continua sendo um grande desafio para o Japão.
Comments